Crítica | Feito na América (2017)

História real, vestida de comédia de erros com ação, cativa o público com dinamismo e seu protagonista imperfeito. Tom Cruise é o gringo que resolve tudo.

Crítica por Jad Dias

Quando o piloto de avião comercial Barry Seal (Tom Cruise), insatisfeito e entediado com seu trabalho, é pego pela CIA por incrementar sua vida de forma esperta e ilegal, tudo poderia dar errado, porém recebe uma proposta: Decolar e fotografar do avião áreas onde a agência ainda não pôde alcançar servindo o seu país. Claro, tudo por debaixo dos panos. Temos o nosso filme.

Tom Cruise em cena de “Feito na América”.

É bastante interessante ver como é contada a história do fim do Cartel de Medellín, onde o maior foco não é o Pablo Escobar e sim o lado americano da história. Mas não fica só nisso, não é só isso. Brian se torna um piloto de fuga nos céus, uma peça essencial para o crescimento do cartel e de muitas outras coisas, as quais são encobertas pelo Governo Americano. O filme tem a estrutura básica de uma cinebiografia, nos mostrando início ascensão, de piloto comercial à um dos maiores contrabandistas da época, e a queda. Tem a voz em off e constantemente o protagonista nos explica o contexto através de um vlog, as vezes até simplificando algumas coisas em prol do ritmo. E por falar em ritmo, a montagem sabe bem a hora de acelerar e desacelerar. De momentos frenéticos a narrativa está repleta, mas não esquecendo de mostrar a família do Barry, desenvolver personagens com bons diálogos e situações diversas, isso constrói camadas ao protagonista e a tudo que lhe circula. Afinal, do que adiantaria mostrar tanto dinheiro sem as implicações que isso causaria na família, no bairro e etc?

Cena de “Feito na América”.

A fotografia contribui muito para a narrativa, deixando claro onde é a Colômbia ou os EUA, tornando o filme muito bonito. A direção escolhe closes e zooms para evidenciar o poder de reação e o que faz do personagem principal tão bom piloto. Somando tudo isso ao carisma e presença do Tom Cruise é inevitável não torcer pelo Barry. O roteiro ainda deixa guardadas algumas surpresas, cria e conclui arcos evitando que o filme tenha pontas soltas. O casting foi bem escolhido, embora existam alguns personagens apenas funcionais ou que nem precisavam estar ali, os coadjuvantes como a esposa (Sarah Wright) e o agente da cia (Domhnall Gleeson) estão bem e possuem peso dramático.

Se você gosta dos bastidores da politicagem envolvendo guerras e tráfico, aqui está um filme que fala sobre isso envolto de boa comédia e ação. É um filme contido que não almeja ser mais do que se propõe a ser e isso é seu maior acerto.

Cena de “Feito na América”.

Feito na América estreia hoje, 14 de setembro, nos cinemas brasileiros.

Nota: 8.0

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