Crítica | Kingsman: O Círculo Dourado (2017)

Sequência possui a mesma fórmula e ingredientes do antecessor, menos o requinte de ser algo diferente e inovador.

Por Jadson Dias

O cineasta Matthew Vaughn já tinha se provado um cara de visão para adaptações de HQs desde Kick-Ass, passando por X-Men Primeira Classe, chegando ao Kingsman – Serviço Secreto de 2015, mas nunca tinha se aventurado numa sequência, então quando anunciado diretor de Kingsman – O Círculo Dourado as expectativas estavam altas já que de suas obras inciais saíram continuações de gosto duvidoso por parte de outros diretores.

O Círculo Dourado é uma facção criminosa que faz e contrabandeia drogas. Para obter sucesso em seu plano, resolve destruir a secreta Kingsman. Um plot genérico, mas com muito potencial satírico. Introdução de uma “nova” agência de espionagem, a Statesman proveniente dos EUA. Um elenco de luxo, com direito a ganhadores do Oscar. Tudo era prenúncio de um filme além das expectativas, mas não. Aparentemente, muita liberdade criativa para um diretor como Vaughn pode ter prejudicado mais do que beneficiado o longa.

De cara somos remetidos ao filme anterior, numa perseguição insana bem estilizada, ficamos cientes de que a violência cartunesca e o tom ácido do diretor estão presentes. Por outro lado a falta de esmero no roteiro fica clara para quem queria algo mais sofisticado do longa, qual razão dos capangas sempre esperarem o mocinho para atirar?

Conveniências demais não combinam com filmes de espionagem, viradas batidas e surpresas que poderiam dar um tom de novidade, são reveladas antes do filme pelo próprio material de divulgação. A volta de um personagem muito importante à trama é uma dessas. Das novas adições no elenco, astros como Jeff Bridges, Channing Tatum, Halle Berry são no mínimo mal utilizados. Os únicos que tem algo pra fazer são Pedro Pascal e Mark Strong, já veterano na turma, que ajudam os “heróis” nas missões mirabolantes. Diante disso temos Julianne Moore fazendo jus às esquisitices do vilão anterior (feito por Samuel L. Jackson), dando um toque meigo a uma vilã extremamente macabra.

Quando o ritmo da narrativa é frenético, as pausas que desenvolvem os dramas dos personagens devem ser bem meticulosas para não parecer um filme muito inchado ou arrastado. A metade do segundo ato em Kingsman é exatamente isso, arrastado. Mesmo tendo pouco desenvolvimento de personagem, o melhor momento é uma solução envolvendo um pet, o filme aparenta mais longo do que deveria ser. Sentimos que tudo para e espera o terceiro ato.

As cenas de ação estão em boa medida, as piadas nem tanto, ou são repetidas ao extremo ou ultrapassam a linha entre o ácido e o exagerado. Alguns personagens são descartados de forma tão preguiçosa que chega a ser engraçado involuntariamente. Fica a sensação de que um pouco menos de tudo ( Personagens, piadas, sub-tramas ) faria muito bem para o longa.

Nota: 6,5

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