Crítica | O Estado das Coisas (2017)

Será que todos os meus amigos do colégio estão vivendo vidas melhores que a minha?

Quem nunca se pegou pensando isso? Quem nunca comparou sua vida com as dos amigos, familiares ou qualquer pessoa que nos rodeie? Essa é a premissa de O Estado das Coisas (Brad’s Status) que estréia dia 26 de outubro nos cinemas.

Ben Stiller (Os Meyerowitz: Família Não Se Escolhe) é Brad Sloan, empregado de uma organização sem fins lucrativos que vive pacatamente com sua família. Ele acompanha seu filho Troy Sloan, interpretado por Austin Abrams (Cidades de Papel), em suas entrevistas de seleção para universidades. Um filme que poderia ter uma relação pai e filho comum, com todos os dilemas do jovem prestes a entrar em uma universidade, recebe um outro ponto de vista e lida com os problemas do pai.

Stiller, mais uma vez, mostra-se talentoso interpretando um papel majoritariamente dramático.  O pai se compara o tempo todo com seus amigos mais bem sucedidos, e faz diversas suposições de como sua vida poderia ter sido se tivesse tomado decisões diferentes. Seus dilemas parecem pequenos e “problemas de rico”, e isso é exposto pra ele, mas Brad busca a sua felicidade e sua aceitação, e não tolera ser visto como menor ou dispensável. Essa instabilidade e necessidade de se provar conduz o filme de uma maneira muito leve e neurótica, o que aprofunda o drama e as camadas do personagem.

Ben Stiller e Austin Abrams em “O Estado das Coisas”.

Além de Ben Stiller, o elenco conta com diversos nomes como Jenna Fischer (Passe Livre), Michael Sheen (Passageiros), Luke Wilson (Irmãos Desastre) e Jemaine Clement (O que Fazemos nas Sombras), além da já citada participação de Austin Abrams, que interpreta um adolescente tímido e com seu próprio universo de maneira muito confortável.

O filme é dirigido e roteirizado por Mike White, que já escreveu roteiros como Escola do Rock (2003) e Nacho Libre (2006), e que também atua nesse filme. A sua principal qualidade é tratar dessa visão opressora de sucesso em um homem comum que, mesmo que tenha dedicado parte da vida a sua família, não deixa de se sentir parte de um sistema que exclui os que não tiveram uma vida “empolgante”.

Nota: 8/10

Obs: Não assista ao trailer se não quiser receber spoilers.

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