Crítica | O Matador (2017)

Ontem, participamos do lançamento do filme O Matador a convite da Netflix Brasil. O coquetel aconteceu na Sociedade Hípica Paulista, em São Paulo, e contou com a presença de vários convidados especiais, com reconstruções de cenários do filme e uma festa temática muito animada.

O longa metragem é o primeiro produzido pela plataforma no Brasil e chega com a promessa de ser o inicio de uma série de novas produções nacionais. O filme, que abriu a Mostra competitiva do Festival de Cinema de Gramado em agosto, estreia internacionalmente hoje, dia 10 de novembro, na Netflix.

O Matador é dirigido por Marcelo Galvão, premiado pelo doce filme Colegas (2011), e traz todo sua experiência com cinema e publicidade para um filme esteticamente muito interessante. A proposta do filme é a construção de um western brasileiro ambientado no sertão.

Diogo Morgado em O Matador

A trama constrói de uma forma muito visual e violenta um “conto de fadas” cujo protagonista é um matador que foi criado por um dos homens mais perigosos do sertão, o cangaceiro Sete Orelhas (Deto Montenegro). Cabeleira vivido pelo ator português Diogo Morgado (O Filho de Deus) é representado quase como um animal, que encontrou sua forma de encarar a vida na matança. Com opções “tarantinescas”, Marcelo Galvão torna a violência um plano de fundo pra tratar de outros temas como o cangaço, relações familiares e a vida dura do sertão e seus coronéis. O excesso de violência explícita pode incomodar alguns, mas acaba tornado-se comum e esperada nesse universo agressivo. Os personagens são bastante estilizados e caricaturados nos quais a construção da história torna-os quase em integrantes de cordéis ou “conto de fadas”, no qual o excesso, seja de qual sentimento for, aflora em suas atitudes. Além da clara referência dos westerns, a coloração terrosa do filme enriquece o sertão, além de cenas fantasiosas envolvendo o núcleo do francês Monsieur Blanchard (Etienne Chicot) e do bordel de sua esposa (Maria de Medeiros) que lembram algumas cenas de Moulin Rouge. O filme é muito rico visualmente, a história entretem e faz o filme parecer bem rápido.

O elenco de várias nacionalidades possui, além dos já citados, participações como as de Paulo Gorgulho, Nill Marcondes, Igor Cotrim, Thayla Ayala e Mel Lisboa. A trilha é um outro ponto forte do filme, que conta com canções doces misturadas a agressividade de outras partes.

O Matador é um começo de uma nova era de produção nacional que promete muito já em 2018, e que podemos esperar muita coisa boa, considerando que já deram o inicio de uma forma bastante audaciosa.

Nota: 7,5/10

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